
Então, inté ano que vem! Inté as cores, os pintos mijando pelas ruas, o gingado, o suor, o tênis no ar, inté o carnaval camarotizado, inté as comidas tailandesas oferecidas no camarote do expresso 2222, inté as pipocas esmagadas, as coladas nos desconhecidos, os políticos que aproveitam para conquistar votos, o adeus do vocalista que deixou sua banda rumo a carreira solo, inté as confusões das multidões para adquirirem os bilhetes para arquibancadas dos circuitos, os gordinhos que ganharam peso para disputar o trono do Rei Momo e caíram do cavalo, a voz insuportável de Preta Gil, (não sei qual foi a fada, que disse que ela poderia ser cantora), os transatlânticos que aportaram trazendo turistas para a folia, inté para aqueles que se vestiram para fechar com sua fantasias escandalosas , inté as divas dos ritmos, os técnicos de som, engenheiros, mecânicos, inté ao Gandhy que troca o colar por um beijo de língua, inté “alegria de erê vendo gente sambar”, inté o vendedor de cravinho com o galão na cabeça, o vendedor de isopor, inté para os Estados disputando qual o melhor carnaval, inté a levada sincronizada, inté “o olha nós aqui na Band”, inté o arrastão, os hit’s da folia “ ela é toda boa”,” beber cair e levantar”, inté o varre aqui, limpa acolá... Inté aos artistas que deixaram de herança o samba, o axé, o fricote, inté à indústria poderosa na qual o nosso carnaval transformou-se.
Mesmo o novo governo da Bahia, se arriscado, trocando tudo na área do turismo, a não continuidade administrativa, o carnaval andou, mesmo com a mudança do Rei Momo light, o carnaval andou.
Agora é lutar contra o calendário e espichar o verão, vamos espichar,enquanto as águas de março não fecham o verão.
Fotos: por Américo Bonfim
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